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COVID-19: um aprendizado enquanto a vacina não a chega todos

As vacinas contra a covid-19 já começaram a ser distribuídas em todo o país e já foram aplicadas em profissionais de saúde e em milhares de pessoas com idade superior a 74 anos. Apesar de ser um alívio pensar que os idosos, mais vulneráveis ao vírus, passam a ficar mais protegidos, ainda é só o primeiro passo de uma longa jornada que o Brasil precisa enfrentar. Principalmente quando pensamos na quantidade de profissionais expostos todos os dias, e que também precisavam da vacina com urgência, como policiais, professores, bombeiros, pessoas que inevitavelmente precisam ter contato com outras pessoas.

 

Os governos federal, estadual e municipal estabeleceram critérios para a ordem de vacinação. Embora nem toda a sociedade concorde com as medidas adotadas, o fato é que as vacinas têm se mostrado eficazes em diversas partes do mundo. Algumas já receberam certificação e estão sendo utilizadas em vários países. Outras continuam em estudo, apresentam tecnologias diferentes, mas possuem o mesmo objetivo que as demais aprovadas: salvar vidas.

 

Além disso, há vários medicamentos e tratamentos sendo pesquisados e medicamentos como os corticóides e anti-coagulantes sendo utilizados com sucesso em pacientes que necessitam de internação. A posição prona também se mostrou muito eficiente em pacientes nas UTIs e tem contribuído para a recuperação de centenas de pacientes.

 

Todos os dias a imprensa fala sobre o número de mortes por coronavírus no país, que de fato é altíssimo: mais de 270 mil óbitos em pouco mais de um ano. Mas o que ninguém divulga são as estatísticas de recuperação, que soma 9.970 milhões de pessoas durante o mesmo período. Há muitas pessoas doentes, internadas, entubadas, os hospitais estão lotados, perdemos conhecidos e entes queridos. É perfeitamente normal sentir-se desapontado, absorvido em si mesmo ou deprimido, e até desesperado.

 

Entretanto, este é o momento de ter otimismo, paciência e fé. Há mais brasileiros se recuperando, mesmo depois de passar pela UTI e pela entubação, do que falecendo. E as esperadas vacinas já estão aí, e chegarão a todos. Cientistas trabalham incansavelmente em busca de respostas para as novas cepas, e profissionais de saúde se desdobram para salvar todos que podem.

 

Enquanto a vacina não chega a todos, é muito importante que cada um cuide de sua saúde física e mental, que têm afetado milhares de pessoas nessa pandemia em decorrência do isolamento social. Tem aumentado casos de depressão, ansiedade, obesidade, e vários outros distúrbios psiquiátricos em cidadãos de todas as idades, inclusive crianças pequenas e idosos.

 

Para evitar esta situação, devemos priorizar quatro áreas importantes de nosso dia a dia: sono, dieta, atividades (trabalho e lazer) e tempo de tela nos dispositivos eletrônicos (celular, tablete, computador, TV). Isso significa, na prática:

 

– Dormir no mínimo 7-8 horas por dia

 

– Procurar consumir alimentos naturais, que garantam nutrientes ao organismo, como frutas, verduras, legumes, grãos, proteínas, e evitar o alto consumo de álcool, açúcar e produtos industrializados

 

– Ingerir bebidas e alimentos que contenham vitamina C

 

– Beber muita água, pelo menos 2 litros por dia

 

– Tomar ao menos 15 minutos de sol, de preferência de manhã

 

– Limitar horário de trabalho, como se estivesse indo para a empresa. As pessoas em home-office têm ultrapassado limites de carga horária e têm adoecido mais por cansaço e queda de resistência imunológica

– Limitar o tempo de redes sociais, jogos eletrônicos, TV e internet

 

– Estabelecer um tempo de lazer, diariamente. Separe meia hora, uma hora, que seja, para fazer algo que gosta: ler, praticar uma atividade física, meditar, etc.

 

 

Reavalie sua rotina de forma que ela se torne mais leve e mais saudável para todos. Divida as tarefas domésticas, permita-se parar, ter tempo para si, para os amigos, para a família e para os filhos, mesmo que virtualmente. Manter esses laços são fundamentais para reduzir a angústia e sensação de solidão. Além disso, pratique a gratidão, a empatia e viva o agora. Estudos mostram que essas três atitudes trazem paz e mais alegria ao dia a dia das pessoas, apesar dos desafios a serem enfrentados, que neste momento são muitos. Quando nossos corações e almas estão em qualquer lugar, exceto no momento presente, isso é opressor e imobilizador. E é um grande fator para o desenvolvimento de instabilidade na saúde mental.

 

O coronavírus

 

Os primeiros registros da covid-19 ocorreram em Wuhan, cidade chinesa de 11 milhões de habitantes. Porém, o vírus se espalhou rapidamente ocasionando uma pandemia. O coronavírus é uma família de vírus encontrada principalmente em animais, mas que pode infectar seres humanos também. É um conjunto de vírus que podem causar doenças , entre elas as já identificadas Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS).

 

Os pacientes diagnosticados com o coronavírus, que causa a doença chamada COVID-19, apresentaram sintomas como febre, tosse, falta de ar, dor no peito e dificuldade em respirar. Atualmente, vimos sintomas em vários sistemas e órgãos causando vômitos, diarreia, alterações de pele, alterações trombóticas, problemas cardíacos e renais, entre outros.

 

As recomendações para evitar o contágio por coronavírus são semelhantes à prevenção da gripe. Devemos manter uma boa higiene das mãos, lavando com água e sabão ou higienizando com álcool em gel (isso é fundamental). Utilizar máscaras, evitar ambientes fechados e com multidões, e praticar o distanciamento social. Se cada um fizer a sua parte com responsabilidade, conseguiremos nos livrar desse vírus e ter uma vida parecida com a que tínhamos antes.

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