A dor do crescimento é uma das patologias que mais geram dúvidas e preocupação nos pais, pois são dores nas pernas das crianças, em geral em panturrilhas e coxas, que ocorrem habitualmente no final do dia ou à noite mas que podem acordar a criança à noite e serem intensas.
Mas, apesar de preocupantes, estas dores não são associadas a doenças, entre outras palavras, possuem características benignas.
Apesar do nome de “dor do crescimento”, não existe nenhuma associação entre esta dor nas pernas com o crescimento. Na verdade, até o momento, não sabemos quais as verdadeiras causas desta dor.
Várias hipóteses foram levantadas, mas nenhuma delas foi confirmada. Sabemos que ocorrem na infância, habitualmente limitada até os 12 a 14 anos, e que podem persistir mesmo após a fase de crescimento.
Por outro lado, possui caráter benigno, o que quer dizer que não é causado por nenhuma doença grave e não levará a nenhuma sequela grave.
Mas, os pais devem ficar atentos em algumas características que podem sugerir que exista alguma doença mais grave.
Os sintomas de gravidade são:
- A dor persiste no dia seguinte e atrapalha as atividades diárias da criança;
- Febre;
- Vermelhidão ou inchaço nas pernas ou articulações;
- Dores nas articulações (joelhos, tornozelos);
- Associado a algum trauma.
- Perda de peso ou “mal estar”.
Nestas situações, os pais devem levar suas crianças ao pediatra. Na verdade, a consulta ao pediatra deve ocorrer mesmo se os pais tiverem dúvidas se está tudo bem.
Estas dores são caracterizadas por iniciarem entre 3 a 12 anos de vida, habitualmente alguém na família (pai, mãe, tios, etc) também já sofriam das mesmas dores.
Elas ocorrem em episódios, isto é, nem todas as noites e podem variar de pequenas sensações de peso até dores intensas.
Estas dores não possuem uma localização definida, assim, frequentemente, a criança não consegue apontar o local da dor e somente queixa-se de “dor na perna”.
Alguns trabalhos sugerem que estas dores são mais frequentes em dias de maior atividade da criança, dias frios e que podem exacerbar por fatores psicológicos.
O diagnóstico é clínico. Não existe nenhum exame laboratorial ou de imagem que irá definir as dores de crescimento.
Na verdade, esta é uma das características da dor do crescimento onde não se encontra nenhuma alteração física ou laboratorial.
Estas dores aliviam ao realizar “massagens” nestas pernas e, algumas vezes, com analgésicos comuns .
O mais importante é que não se observam alterações nas pernas e na manhã seguinte não existem mais dores e não atrapalham as atividades diárias destas crianças.
Apesar de evolução benigna e não ter sinais de doenças, os pais devem estar cientes que esta dor é real, isto é, não é “psicológica” e que portanto, a criança precisa de assistência.