Ícone do site Dr. Carlos Amino

O que você precisa saber sobre a papinha do seu bebê?

A introdução de alimentos complementares ao aleitamento materno é uma das fases do bebê que mais geram insegurança aos pais. Dúvidas como quando iniciar as papinhas, o que oferecer, como prepará-las e quanto o bebê deve comer são alguns exemplos dos questionamentos mais comuns.
Quando introduzir a papinha?
Os alimentos complementares devem ser introduzidos com a prescrição do pediatra, podendo variar de criança para criança.
Quando a criança recebeu aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade, as papinhas começam a ser introduzidas nesta idade, fase em que as necessidades nutricionais da criança já não são mais atendidas só com o leite materno. Embora este ainda continue sendo uma importante fonte de calorias e nutrientes, devendo ser mantido até 2 anos ou mais.
A partir desta idade, o bebê apresenta maior maturidade fisiológica e neurológica para receber outros alimentos, como por exemplo, a diminuição progressiva do reflexo de protrusão da língua, o que facilita a ingestão de alimentos semissólidos, a produção de enzimas digestivas em quantidade suficiente para esta fase e o desenvolvimento da habilidade de se sentar, permitindo o uso de colher com mais facilidade.
A importância da adequada consistência dos alimentos
A consistência adequada dos alimentos é um importante fator que ajuda a garantir a oferta de energia para criança. Nessa idade, o estômago do bebê tem o tamanho reduzido e a administração de alimentos muito diluídos irá saciar a criança, sem, contudo, oferecer necessariamente quantidade adequada de calorias e nutrientes.
Aos 6 meses os alimentos devem ser amassados com o garfo, sem o uso de liquidificador ou peneiras para que sejam aproveitadas as fibras dos alimentos. Nessa idade os dentes estão próximos das gengivas que, por estarem mais endurecidas, auxiliam a triturar os alimentos.
A consistência da papinha deve aumentar progressivamente, de forma que pero dos 9 meses a criança inicie o consumo de alimentos em pequenos pedaços e aos 12 meses já consuma na mesma consistência com que são consumidos pela família.
É importante lembrar que a educação alimentar se inicia desde os primeiros dias.
Outro ponto importante, é a oferta de alimentos separadamente e não misturados, pois é uma forma da criança reconhecer o que está sendo consumido e desenvolver aos poucos o paladar e as preferências alimentares.
O uso de sal é recomendado?
O sal é usado para realçar o sabor de forma corriqueira no preparo da refeição da família, mas que deve ser utilizado moderadamente na alimentação do bebê. Isso porque o excesso de sódio, um dos componentes do sal, pode causar hipertensão na criança, o conteúdo de sódio naturalmente presente nos alimentos já é suficiente.
Não podemos nos esquecer da importância de oferecer água potável para crianças a partir da introdução da alimentação complementar. Essa conduta ajuda a preservar a saúde dos rins, sem que haja sobrecarga destes órgãos.
Como compor uma papinha saudável?
Uma refeição completa para o bebê deve conter ao menos um alimento de cada um dos seguintes grupos:
– Cereais e tubérculos como: arroz, trigo cevadinha, quinua, aveia, batata, cará, inhame etc;
– Leguminosas como: feijão, ervilha, lentilha, grão de bico e soja;
– Carnes de boi, porco, aves, peixes e vísceras ou ovo;
– Hortaliças (verduras e legumes em geral).
Para garantir quantidade adequada de proteínas, ferro e zinco, as carnes não devem ser retiradas após o cozimento e sim amassadas, desfiadas ou cortadas em pequenos pedaços.
Vale lembrar que a recusa alimentar ao desconhecido é comum nessa faixa etária e que a exposição do alimento entre 8 a 10 vezes é necessária para a adaptação ao paladar e a definição de suas preferências alimentares.
As papinhas prontas para consumo são uma boa opção para momentos em que há tempo escasso para o preparo ou para refeições feitas fora de casa, quando não é possível manter a papinha adequadamente refrigerada até o momento do consumo. O fechamento a vácuo conserva as características do alimento preparado e a segurança alimentar, sem a necessidade do uso de conservantes.
Quanto à quantidade, a recomendação é no início oferecer pequeno volume da refeição, cerca de 1 a 2 colheres de chá, e aumentar gradativamente a oferta conforme a aceitação da criança. Os pais não devem forçar o consumo uma vez que a criança tem boa capacidade de autorregular a quantidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia. Manual de orientação para alimentação do lactente, do pré-escolar, do escolar, do adolescente e na escola. São Paulo: Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia, 2012. 3ª edição.

Sair da versão mobile