Sinais e Sintomas mais comuns na criança na fase pré-escolar
24 de abril de 2017
Hidratação dos pequenos
24 de abril de 2017

Febre

 

 

Trata-se da elevação da temperatura corpórea. É considerada febre a temperatura axilar, medida por meio de termômetro, que está acima de 37,8 °C.

– O período do dia (no final da tarde a temperatura da criança é maior do que à noite ou pela manhã), a atividade física e a quantidade de roupas influenciam a temperatura corporal normal da criança.

– É uma resposta do organismo a uma situação em que ele se defende de algum agente agressor, como uma infecção.

– As causas mais comuns da febre são infecções benignas: gripes, otites, pneumonias etc.

– A febre pode ser tratada com antitérmicos prescritos pelo médico. Além disso, deve-se reduzir o número de roupas e dar banho. – Quando a febre preocupa mais (sinais de alerta):

– Bebês de menos de 3 meses com temperatura acima de 37,8 °C.

– Crianças de qualquer idade com febre acima de 39 °C.

– Crianças de qualquer idade, com qualquer intensidade de febre, que estejam abatidas e prostradas (sem brincar) ou que apresentem outros sintomas associados à febre, como falta de ar, manchas na pele, vômitos ou diarreia.

 

 

Tosse

 

 

Trata-se de um mecanismo de defesa do sistema respiratório diante de um agente agressor, inflamatório ou infeccioso. Pode ser seca ou produtiva (com catarro). Diversas doenças levam a quadros mais ou menos intensos de tosse. Como se trata de um mecanismo de defesa, a tosse não deve ser inibida. Ajuda muito o uso de remédios fluidificantes (que deixam a secreção menos espessa, favorecendo a expectoração), como lavagem do nariz com soro fisiológico e inalações. É sinal de alerta de que algo não vai bem a tosse acompanhada das seguintes situações:

– Falta de ar.

– Criança prostrada, sem querer comer nem brincar.

– Criança que não consegue beber líquidos nem mamar.

– Quando a região em redor da boca ou embaixo das unhas fica azulada (arroxeada).

– Secreção nasal ou pulmonar amarela ou esverdeada.

– Vômitos repetidos após a tosse ou provocados por ela.

– Tosse com febre por mais de 3 dias.

 

 

Vômitos

 

 

É importante nesse tópico diferenciar vômito de regurgitação. A grande maioria dos bebês pequenos (menos de 6 meses) regurgita – isto é, devido a um mecanismo fisiológico normal há o refluxo do conteúdo gástrico para a boca do bebê, causado por imaturidade dos esfíncteres esofágicos (responsáveis pela contenção do líquido dentro do estômago). Esse sintoma melhora com o passar dos meses. No vômito, há a saída abrupta do conteúdo gástrico através da boca (em jato), o que representa uma condição de doença, na maioria das vezes aguda.

O que pode causar vômitos:

– Quadros infecciosos virais ou bacterianos.

– Alimentos contaminados.

– Intoxicação medicamentosa.

 

É muito importante considerar que a criança que vomita pode desidratar-se rapidamente, em especial se for pequena, necessitando de tratamento para a parada dos vômitos e a reidratação.

 

 

Diarreia

 

 

A diarreia é caracterizada pela alteração do hábito intestinal, com diminuição da consistência das fezes e aumento do número de evacuações. Geralmente é causada por alguma infecção (como vírus e bactérias), pode vir acompanhada de febre e tem cura espontânea: em 3 a 5 dias a criança já está bem melhor.

Nesse sentido é importante:

– Aumentar a ingestão de líquidos e reidratante oral para que a criança não se desidrate.

– Saber que, se a criança tiver vômitos, a chance de desidratação será muito maior.

– Ficar atento para ver se o bebê tem diurese (sinal de boa hidratação).

– Observar a cor, a consistência e a presença de sangue ou muco nas fezes.

– Ter cuidado especial em relação à prevenção de assaduras, uma vez que na diarreia as fezes podem ser mais ácidas.

– Continuar a oferecer a alimentação habitual, não é necessário mudar nada no caso de diarreia aguda (duração de até 7 dias).

– Observar um sinal de alerta: a diarreia que não tem boa melhora após 7 dias precisa ser investigada.

 

 

Gripes e resfriados

 

 

Gripes e resfriados são processos infecciosos das vias aéreas superiores que ocorrem com muita frequência. São causados por tipos diferentes de vírus. Os sintomas mais comuns são:

– Febre, que pode ser alta, mas não dura mais do que 3 ou 4 dias.

– Obstrução nasal.

– Tosse, que pode ser produtiva (com catarro) ou mais irritativa (seca).

– Queda do estado geral (a criança não mama direito, não dorme e fica mais irritada).

Geralmente a gripe e os resfriados passam sozinhos (após uns 5 dias) e não trazem complicações à criança além do incômodo. As medidas mais indicadas para tratamento desses casos são:

– Fazer lavagens nasais, com solução fisiológica, várias vezes ao dia.

– Tratar a febre com antitérmicos conforme a prescrição do médico.

– Aumentar a oferta de líquidos e lembrar que nesse momento a criança pode querer comer menos.

– Manter a cabeceira do berço elevada porque, nessa fase, dormir é mais difícil para o bebê.

 

Como é a boa evolução da gripe: melhora com o passar dos dias (3 primeiros dias); a criança fica “desanimada” durante a febre e volta a brincar quando ela passa; a secreção do nariz fica clarinha e melhora com o passar dos dias; e finalmente o apetite retorna aos poucos por volta do 3º ou 5º dia.

 

 

Otite

 

 

Otite é uma inflamação do ouvido (externo, médio ou interno).

– Ouvido externo: é formado por orelha, conduto auditivo e tímpano.

– Otite externa: tem ocorrência comum devido ao contato com a água (do mar, da piscina ou do chuveiro). Aparece uma vermelhidão ou secreção no local. Deve-se evitar a entrada de água no local por meio de curativos e tratar com antibióticos de solução em gotas.

– Ouvido médio: pequena cavidade logo após o tímpano onde ficam os ossículos responsáveis pela audição (martelo, bigorna e estribo) e a tuba auditiva, que liga o ouvido à garganta.

– Otite média aguda: pode ocorrer em conjunto com outras infecções respiratórias. Como há dor, a criança pode ficar irritada, com febre e ter dificuldade para dormir ou mamar; há saída de secreção pela orelha e diminuição da audição. O exame com o otoscópio ajuda o médico a diagnosticar a infecção.

– Ouvido interno: é composto de duas partes, uma relacionada à audição (cóclea) e a outra ao equilíbrio (canais semicirculares).

 

 

 

 

Dr. Carlos
Dr. Carlos
Médico Pediatra formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Fez Residência Médica em Pediatria pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Membro da Sociedade Brasileira e Paulista de Pediatria. Faz parte do Corpo Clínico dos Hospitais Albert Einstein, Sírio Libanês e Santa Catarina.