Amamentação: benefícios para a vida
5 de junho de 2017
Nutrição adequada e prevenção da obesidade
5 de junho de 2017

Nas fases iniciais da infância os Pediatras pesam e medem as crianças com a finalidade de analisar os padrões de crescimento e compará-los com as tabelas de referência. Isto permite dentre outras coisas verificar se a nutrição está adequada.

Nas últimas décadas também tem servido para se observar os excessos. Nunca é cedo demais para se iniciar a prevenção. A ingestão demasiada de energia (calorias) e proteínas nas fases iniciais da infância, principalmente nas primeiras semanas de vida, são fatores que podem impulsionar um crescimento exagerado.

Este crescimento vai levar a um aumento de peso em fases mais tardias da infância. Estudos têm mostrado que o excesso de peso entre o nascimento e os dois anos de idade são de grande valor para predizer a obesidade na adolescência. Além disso, este fato também acarreta maior probabilidade de hipertensão arterial na idade adulta, bem como alterações do colesterol, diabetes e asma.

Para evitar estas intercorrências os Pediatras têm orientado os cuidadores quanto aos benefícios e efeitos de proteção da amamentação. É importante que se conscientize a todos de que os substitutos do leite materno sejam adequados, em caso de necessidade, utilizando-se fórmulas infantis próprias à idade. Dentre estas fórmulas, as mais adequadas são aquelas com teores mais baixos de proteína, assemelhando-se às concentrações encontradas no leite materno.

Quando consideramos a prevenção e o tratamento da obesidade nas crianças, a restrição energética da dieta, o aumento da atividade física e a diminuição do comportamento sedentário não devem comprometer o crescimento e o desenvolvimento. Por estas razões a manutenção do peso deve ser o principal objetivo, mais do que exigir a sua redução. Avaliações sucessivas e frequentes sem se dar extrema importância à perda de peso são medidas apropriadas.

A origem da obesidade baseia-se num desequilíbrio do balanço energético. Nas crianças o crescimento só é possível se o aporte de energia é positivo. A sobra exagerada de energia vai ser depositada sob a forma de gordura.

Em todo o mundo tem ocorrido um rápido aumento da prevalência da obesidade, principalmente devido a alterações comportamentais e do meio em que a criança vive relacionada à dieta e à inatividade. O importante aumento da obesidade tem coincidido com as mudanças de como as crianças gastam seu tempo, resultando na diminuição da atividade física e de aumento no comportamento sedentário. Isto está associado ao maior tempo gasto assistindo televisão, jogando videogames, surfando na internet e usando celulares. Este fato é decorrente de alteração no contexto político e social, com perda de espaços para recreação, falta de locais seguros para caminhar ou passear de bicicleta, uso alimentos industrializados de alto teor energético e pela falta de promoção da saúde.

O modo de ajudar as crianças a manter um peso saudável seria estimular os pais e familiares ou cuidadores a:
Garantir que as crianças tenham refeições regulares, inclusive com um bom café da manhã, de preferência com a companhia de adultos e sem distrações, como assistir televisão.

Dar atenção à criança, estimulando a comer sozinha ao invés de dar a comida.

Separar as refeições de outras atividades.

Ensinar a comer quando tiver fome.

Evitar classificar os alimentos como “bons” ou “ruins”.

Não comprar alimentos considerados inadequados.

Conferir os alimentos oferecidos na creche ou escola.

Por estes motivos têm-se considerado como muito importantes as intervenções nutricionais nos primeiros 1000 dias de vida (desde a concepção até os dois anos de idade), sendo este considerado um período de oportunidades de se prevenir a obesidade e suas consequências na idade adulta.

Dr. Carlos
Dr. Carlos
Médico Pediatra formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Fez Residência Médica em Pediatria pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Membro da Sociedade Brasileira e Paulista de Pediatria. Faz parte do Corpo Clínico dos Hospitais Albert Einstein, Sírio Libanês e Santa Catarina.