Como falar de morte com as crianças?
24 de abril de 2017
Ciúmes do irmão… como lidar com a situação?
24 de abril de 2017

Embora inúmeras pesquisas ainda estejam sendo desenvolvidas para definir o que realmente seja o autismo, o termo geral mais usado para descrever é : “Um grupo de transtornos de desenvolvimento do cérebro, conhecido como Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD)”.

Existe um consenso entre os profissionais da área de que o autismo não é diagnosticado em exames laboratoriais.

 

Podemos notar alguns comportamentos diferentes em uma criança autista, e assim, iniciar um tratamento o mais rápido possível:

 

* Brinca ou usa brinquedos de forma incomum;

 

* Dificuldade de se relacionar com outras crianças da mesma idade;

 

* Choros ou risadas inapropriadas;

 

* Agitação ou estado de muita passividade, sem expressar reação a nada;

 

* Sensibilidade a alguns sons (tampa o ouvido a sons altos);

 

* Apego a objetos diferentes (sacolinha de supermercado, folha ou galho de árvore etc);

 

* Fica incomodado quando há mudanças em sua rotina;

 

* Falta de consciência de perigo;

 

* Repetição involuntária de palavras ou frases que ele ouviu de outra pessoa (ecocalia)

 

* Movimentos estereotipados (movimento repetitivo caracterizado por manias)

 

Essas características estão presentes antes dos 3 anos de idade, e atingem 0,6% da população, sendo quatro vezes mais comuns em meninos do que em meninas.

 

As características do autismo variam de acordo com o cognitivo:

 

 

Autismo acompanhados à deficiência intelectual grave- não há desenvolvimento da linguagem, além de repetições acentuadas em seu comportamento e déficit importante na interação social.

 

Quadros de autismo chamados de Síndrome de Asperger – sem deficiência intelectual, sem atraso significativo na linguagem, com interação social peculiar e sem movimentos repetitivos tão evidentes, porém, ainda sim é chamado de autismo.

 

As causas do autismo ainda são desconhecidas, mas diversas doenças genéticas foram descritas como sintomas. Problemas cromossômicos e mesmo doenças adquiridas durante a gestação, durante ou após o parto, podem estar associados diretamente ao autismo.

 

Podemos listar algumas das doenças das mais diferentes ordens que poderão ser responsáveis para um quadro autista:

 

 

Infecções pré-natais – rubéola, sífilis, toxoplasmose, citomegalovirus; Hipóxia neo-natal (deficiência de oxigênio no cérebro durante o parto);

 

Infecções pós-natais – herpes;

 

Espasmos infantis – Síndrome de West (forma grave de epilepsia).

 

Doenças genéticas – Existe várias, porém, uma das mais comentadas é a fenilcetonúria que é a diminuição ou a falta da enzima fenilalanina (encontrada na alface por exemplo), ela não é processada corretamente no organismo gerando excesso dessa enzima no cérebro.

 

O tratamento do autismo hoje em dia não está preso em um único tipo de tratamento, hoje existe a proposta de reabilitação que ajuda na mudança de comportamento, na aproximação direta do autista, na comunicação facilitada, em técnicas de integração sensorial e treino auditivo para que ele escute e consiga responder de forma compreensível, mesmo que seja através de símbolos. Esse treino é feito por profissionais da área, como psicólogos.

 

Dentre os modelos educacionais para o autista, um dos métodos mais importante e conhecido é o método TEACCH, desenvolvido pela Universidade da Carolina do Norte que tem como objetivo oferecer o desenvolvimento adequado e compatível para cada autista. Neste método é trabalhado as atividades na prática para adquirir habilidades, além da independência, desenvolvendo capacidades que permitam maior autonomia possível. Neste modelo, é estabelecido um trabalho terapêutico individual, onde é organizada uma programação diária para a criança autista. O aprendizado parte de objetos concretos e passa gradativamente para modelos simbólicos.

 

Antigamente o uso de medicamentos desempenhava um papel fundamental no tratamento, (devido à relação que faziam do autismo com os quadros psicóticos do adulto), hoje em dia ele passa a ter a função de apenas aliviar os sintomas do autista para que outras áreas sejam trabalhadas, como a reabilitação e a educação especial, na qual sendo adotadas de maneira correta terá um resultado eficaz.

 

Dr. Carlos
Dr. Carlos
Médico Pediatra formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Fez Residência Médica em Pediatria pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Membro da Sociedade Brasileira e Paulista de Pediatria. Faz parte do Corpo Clínico dos Hospitais Albert Einstein, Sírio Libanês e Santa Catarina.