BPA: Um risco para à saúde das crianças
11 de novembro de 2021
Filhos mandões: como evitar a “síndrome do imperador”
23 de fevereiro de 2022

Neste final de ano, muitas crianças apresentaram quadros de infecções respiratórias. Os sintomas são muito parecidos com os da Covid-19, o que pode deixar os pais alarmados, mas o coronavírus não é o vírus que está em grande circulação entre os pequenos nos últimos tempos. As crianças de zero a nove anos vêm apresentando crescimento significativo de casos de vírus sincicial respiratório (VSR), além do Rinovírus, Adenovírus, Bocavírus e Parainfluenza 3 e 4. As doenças provocadas por esses vírus assemelham-se a gripes e resfriados, mas, em casos mais raros, também podem evoluir para quadros mais preocupantes como uma pneumonia ou bronquiolite.

Com a pandemia, há uma preocupação ainda maior para descobrir se a dor de garganta e a indisposição, por exemplo, são sintomas da Covid-19. Por isso, especialistas indicam tomar muito cuidado nestes dias com aglomerações e o uso de máscaras.

Esta alta na incidência fora do comum está diretamente relacionada com o isolamento social exigido pela pandemia. As crianças ficaram mais de um ano sem frequentar ambientes comuns e só mais recentemente houve uma liberação para o retorno mais amplo das escolas. A partir do momento em que as crianças se reúnem e compartilham um ambiente em comum, existe um aumento na transmissão desses vírus.

Além disso, as crianças menores de dois anos, que nasceram durante a crise sanitária, estão ainda mais suscetíveis às infecções. Elas nasceram no isolamento social e não foram expostos ao mundo real, poupando-os da enorme circulação viral. Com a melhora da pandemia, as crianças começaram a se expor mais e tiveram contato com os vírus sem ter nenhuma memória imunológica prévia e além disso, oscilações de temperatura, tempo extremamente seco, poluído, interferiram no aumento geral dos vírus.

 

Caso a criança apresente algum dos seguintes sintomas é preciso que sejam levadas a um hospital para serem avaliadas:

  • Febre por mais de 72 horas;
  • Prostração (ficar caído, apático) mesmo sem febre;
  • Ficar ofegante, com falta de ar e com o chiado da bronquiolite;
  • Secreção escura e espessa persistente por mais de 7 dias;
  • Sinais de desconforto respiratório (ritmo de respiração mais rápido e retração no espaço entre as costelas ou na região da garganta, mostrando que a criança está fazendo força para respirar);
  • Excesso de sonolência;
  • Pontas dos dedos e lábios roxos;
  • Não querer comer, nem aceitar nenhum alimento.

Todos estes sintomas são muito parecidos com os da Covid-19. É comum que o coronavírus provoque febre, tosse, cansaço, perda de paladar ou olfato, dor de garganta, dor de cabeça, diarreia, irritações na pele ou descoloração dos dedos dos pés ou das mãos, olhos vermelhos ou irritados, dores no peito e dificuldade para respirar.

Dessa forma, não existe uma maneira de diferenciar o coronavírus dos demais vírus respiratórios apenas a partir dos sintomas. Somente o exame para identificar o vírus pode ajudar. Com o retorno das aulas presenciais, que aumentam as chances de contágio, é importante que as crianças façam o teste para pensar no tempo de isolamento e identificar de forma precisa qual é o vírus que está causando o quadro.

 

Cuidados com as crianças

Segundo os médicos, casos leves do vírus sincicial respiratório podem ser tratados em casa. Não existe tratamento específico contra o vírus, mas alguns cuidados, podem ajudar a melhorar os sintomas:

  • Manter a criança bem hidratada;
  • Fazer lavagem nasal com soro fisiológico;
  • Repousar;
  • Fazer nebulização;
  • Buscar orientação médica para a necessidade de medicamentos;
  • Atentar-se aos sinais de alerta mencionados;

Dr. Carlos
Dr. Carlos
Médico Pediatra formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Fez Residência Médica em Pediatria pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Membro da Sociedade Brasileira e Paulista de Pediatria. Faz parte do Corpo Clínico dos Hospitais Albert Einstein, Sírio Libanês e Santa Catarina.