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A anemia é caracterizada pela queda dos níveis de hemoglobina no sangue da criança. A hemoglobina (substância que dá a cor vermelha ao sangue) é uma molécula que carrega o oxigênio para os tecidos.
Para se detectar a anemia é necessário fazer um exame de sangue (hemograma) e ela é confirmada quando os valores de hemoglobina são menores do que 11 g/dL (< 5 anos).

São vários os tipos e causas de anemia:
Anemia fisiológica acontece por volta dos 3 meses de idade quando a criança está substituindo a hemoglobina fetal (aquela que ela possui intra-utero) pela hemoglobina normal. Não é necessário tratamento e o bebê recupera sozinho os níveis normais

Anemias hereditária são anemias que tem causa genética, passam de pai ou mãe para filho. Podem ser mais ou menos intensas. O teste do pezinho identifica esse tipo de anemia. Neste caso o pediatra avalia se há necessidade de tratamento específico

Anemia ferropriva é o tipo mais comum de anemia e as crianças menores de 2 anos são as mais atingidas. Este tipo de anemia ocorre por deficiência da ingestão de ferro na alimentação ou perda constante de sangue em pequenas quantidades. O ferro é parte fundamental da estrutura da hemoglobina, sem ele a hemoglobina não consegue carregar o oxigênio com eficiência
Por que existe o risco de anemia ferropriva no bebê?
Nessa idade, a criança tem um acelerado crescimento e desenvolvimento cerebral e a necessidade de se obter ferro da dieta é, proporcionalmente, muito mais alta do que a de um adulto. O ferro, além de participar da formação da hemoglobina, também é importante para o funcionamento e formação das estruturas cerebrais.
Apesar da necessidade aumentada, por vezes, a criança não consegue ingerir toda a quantidade de ferro que precisaria ou podem existir fatores na dieta que atrapalham a sua absorção.

Alguns fatores alimentares, no entanto, podem contribuir para reduzir o risco de anemia nos bebês:
A dieta materna a alimentação durante a gravidez já é importante. A ingestão adequada de alimentos fontes de ferro, o acompanhamento pré-natal adequado e a utilização das vitaminas/ferro conforme a recomendação do obstetra ajudam a formar os depósitos de ferro do bebê, o que o ajudará a não desenvolver anemia durante os primeiros meses

O aleitamento materno o bebê deve mamar exclusivamente no peito até os 6 meses, sem nenhum outro alimento. O leite materno tem a quantidade adequada de ferro que é muito facilmente absorvida. A mãe também deve se alimentar bem nessa fase

Usar um substituto adequado do leite materno na impossibilidade do aleitamento materno o adequado é o uso de fórmulas infantis e não de leite de vaca. O leite de vaca tem pouco ferro e não é bem absorvido, além disso, pode levar a pequenos sangramentos intestinais que aumentam as perdas de hemoglobina e com ela o ferro. As fórmulas infantis fornecem quantidades adequadas de ferro para o bebê

Alimentação complementar adequada a partir do sexto mês de vida deve-se introduzir a alimentação complementar. Ela deve ser rica em alimentos como a carne bovina que possui grandes quantidades de ferro de boa absorção (chamado ferro heme)

Não oferecer para os bebês: café, grandes quantidades de chá e refrigerantes. Eles atrapalham a absorção do ferro proveniente da alimentação

Se a criança já está com anemia, além de ajustes na alimentação, pode ser necessária a suplementação de ferro na forma de medicamento.

Dr. Carlos
Dr. Carlos
Médico Pediatra formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Fez Residência Médica em Pediatria pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Membro da Sociedade Brasileira e Paulista de Pediatria. Faz parte do Corpo Clínico dos Hospitais Albert Einstein, Sírio Libanês e Santa Catarina.